Resumo
O movimento Bauhaus exerceu uma influência significativa sobre a arquitetura moderna, incluindo as escolhas de cores para as fachadas de edifícios. A Bauhaus foi uma escola de design e arte fundada na Alemanha em 1919 por Walter Gropius. Ela promoveu a ideia de que a forma e a função deveriam se unir na criação de objetos e edifícios, uma abordagem que se estendeu à escolha de cores. Desse modo, as coresdas fachadas dos edifícios modernos influenciados pela Bauhaus, geralmente eram escolhidas com base em princípios de simplicidade, funcionalidade e harmonia.Vale ressaltar,que a paleta de cores era frequentemente limitada a tons primários, como vermelho, amarelo e azul, juntamente com tons neutros como preto, branco e cinza. Nesse sentido, essas cores eram usadas de maneira ousada e contrastante para criar uma sensação de equilíbrio e modernidade. Além disso, a Bauhaus também salientou a importância da integração da arquitetura moderna com o ambiente circundante, incluindo o uso de cores que se harmonizam com o cenário urbano. Além disso, a Bauhaus enfatizava a integração da arquitetura com o ambiente circundante, o que também afetava as escolhas de cores.Portanto, o artigo tem como objetivo destacar como o desempenho da Bauhaus influenciou na leitura da paisagem visual urbana, estilisticamente distinta e funcional, no contexto histórico da arquitetura moderna.
Palavras-chave: Movimento modernista. Cores das Fachadas Modernista. Influência de Bauhaus.
1. INTRODUÇÃO
No início do século XX, um movimento artístico e inovador emergiu na Europa que viria a moldar a paisagem visual das cidades e a definição da estética moderna. Esse movimento, conhecido como “Bauhaus”, não apenas reformulou as práticas de design, mas também deixou uma marca indelével na escolha e aplicação das cores nas fachadas dos edifícios. Desse jeito, no início do século XX, a arquitetura moderna emergiu como uma resposta revolucionária às mudanças sociais, tecnológicas e culturais do período.
Logo, uma das influências mais proeminentes e persistentes nesse momento foi o movimento Bauhaus. Isto é, a Bauhaus introduziu uma abordagem radicalmente nova para o design, preconizando princípios de simplicidade, funcionalidade e harmonia visual. Desse modo, estenderam-se à escolha dos princípios utilizados nas superfícies exteriores dos edifícios modernos. Como resultado, as cores das fachadas se tornaram uma parte essencial do vocabulário diversificado, não apenas como elementos estéticos, mas também como expressões de uma visão mais ampla de modernidade e inovação.
Aires (2017), vale salientar, que o uso do branco na arquitetura moderna era uma prática recorrente, que visava alcançar uma estética de simplicidade e pureza. Uma vez que, o branco foi considerado uma forma de atingir o essencial na arquitetura, concentrando-se na forma e na estrutura dos edifícios. No entanto, uma introdução de cor por alguns arquitetos mostra que havia divergências na percepção da cor na arquitetura moderna. Enquanto alguns abraçam a pureza do branco, outros viam na cor uma ferramenta expressiva importante para a arquitetura. Jaglarz (2023), o modernismo, especialmente no contexto da escola de Bauhaus e de arquitetos como Le Corbusier, era frequentemente associado à “arquitetura branca”. Desse jeito, o modernismo enfatizava a simplicidade, a limpeza visual e a ausência de ornamentos, com edifícios predominantemente brancos ou em cores neutras.
No entanto, a arquitetura do início do século XX não se limitava ao uso de cor branca. Materiais naturais, como pedra e tijolo, frequentemente influenciavam a paleta de cores das fachadas. Os tons terrosos e avermelhados de tijolos eram comuns, assim como os núcleos naturais de pedras utilizados na construção.
Segundo AELA (2022), essa influência da Bauhaus transcendeu a esfera da arquitetura e do design e teve um impacto duradouro na maneira como pensamos sobre a função e estética dos produtos e obras em nosso ambiente. Desse modo, a Bauhaus defendeu a ideia de que a forma e a função deveriam estar intrinsecamente ligadas. Isso significa que, antes de considerar a estética de um objeto, construção ou produto, é fundamental entender e priorizar sua função e utilidade. Dessa maneira, a abordagem funcionalista significa que a criação de algo deve começar com uma compreensão clara de seu propósito e das necessidades das pessoas que o utilizam. Ainda de acordo com AELA (2020), a Bauhaus promoveu uma abordagem de design centrada no usuário, que valoriza a funcionalidade e a usabilidade. Além disso, a Bauhaus também promoveu a integração das artes na vida cotidiana, não apenas os aspectos funcionais, mas também os aspectos estéticos e artísticos eram considerados importantes na criação de objetos e ambientes. Parte superior do formulário
- SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA ARQUITETURA MODERNISTA
De acordo com Lu (2011), importante destacar que consideramos o “modernismo” nas artes, literatura, arquitetura e música só surgiu no final do século XIX, apesar de os processos de modernização terem começado muito antes, por volta do século XV. Desse modo, várias transições históricas, como a descoberta das Américas, o Renascimento e a Reforma, desempenharam um papel significativo na formação do período que consideramos “moderno” na Europa. Ainda de acordo com Lu (2011), O “modernismo” representa uma quebra com as tradições artísticas anteriores. Na arquitetura, por exemplo, isso se manifestou na arquitetura modernista que enfatizava a funcionalidade, a simplicidade e o uso de materiais industriais. Inclusive, na literatura, o modernismo trouxe novas técnicas narrativas e experimentações estilísticas, bem como na música, surgiram movimentos como o impressionismo e o expressionismo.
“A cor… não é um ornamento ou decoração, mas um elemento orgânico da arquitetura expressão” (Le Corbusier, 1953, citado em Wilker & Packard, 1988, p676 apud Connor, 2008).
Louis Sullivan (2008), enfatiza a importância da massa e da proporção na transmissão de um sentimento nobre e digno em um edifício, mesmo quando desprovido de ornamentação. Visto que, essa ideia está alinhada com a abordagem do modernismo moderno, que valorizava a simplicidade, a funcionalidade e a expressão honesta dos materiais e da estrutura. Nesse sentido, a abordagem valoriza a integridade estrutural e a expressão honesta da arquitetura, em vez de depender de ornamentos superficiais. Portanto, essa perspectiva é consistente com a ênfase modernista na clareza e simplicidade, rejeitando excessos decorativos em favor de uma estética mais minimalista e funcional. Com isso, reflete a evolução das ideias sobre arquitetura que desenvolveram para a transição da arquitetura ornamentada do passado para a arquitetura moderna que se concentra na forma, função e proporção como elementos-chave de sua expressão.
De acordo com Monticelli (2023), até o século XIX os elementos predominantes nas fachadas das construções eram ornamentos e esculturas em alto e baixo relevo, geralmente feitos dos mesmos materiais de construção, como pedras e argamassa. No entanto, na modernidade, houve uma mudança, com a criação de murais nas áreas externas das construções. Isso representou uma tentativa de aproximar os usuários da obra de arte.
A cor da fachada pode ser usada e manipulada como um atributo integral da construção pelos arquitetos por diversas razões. Para alguns arquitetos, é considerado um atributo irrelevante, um parceiro no crime do ornamentalismo e anátema para o espírito e intenção do Modernismo e a forma segue o ditado da função (O’CONNOR, 2008).
Isto porque, conforme Silva (2009), a ideia de integrar as artes com a arquitetura moderna está relacionada à opinião de que a arquitetura não deve ser apenas funcional, mas também esteticamente agradável e culturalmente significativa. Uma vez que, envolve a consideração de elementos artísticos, como esculturas, pinturas murais, vitrais e outros elementos decorativos no design atualizado.
Monticelli (2023), O modernismo inovador foi influenciado por movimentos artísticos vanguardistas, como a Bauhaus e o Neoplasticismo. Esses movimentos enfatizavam a inovação, a simplicidade e a abstração nas formas e nas cores
A Bauhaus é extremamente reconhecida como uma das instituições mais influentes na história da arte, arquitetura e design. Fundada em 1919 por Walter Gropius, esta escola alemã desempenhou um papel crucial na evolução das práticas artísticas e na promoção de uma abordagem interdisciplinar para o design e as artes visuais. Sua influência continua a ser sentida nas indústrias de design e em diversas áreas da criatividade.
De acordo com He (2013), a Bauhaus desempenhou um papel importante na evolução da arquitetura moderna, com muitos de seus membros se tornando arquitetos renomados. Sobretudo, na ênfase da funcionalidade, na simplicidade e na utilização de materiais industriais que influenciou o desenvolvimento da arquitetura moderna. Inclusive, a escola Bauhaus foi pioneira na promoção do design funcional e moderno, enfatizando a importância de criar objetos e edifícios que fossem práticos, eficientes e acessíveis.
Figura 1: Fachadas estilo Bauhaus com formas iguais e predomínio de paredes brancas, lisas e cruas.

Fonte: AELA (2020).
Um dos princípios fundamentais da Bauhaus era a colaboração entre artistas e artes. Isso fez, segundo Ridler (2022), com que a divisão tradicional entre as artes visuais e a arquitetura estivesse sendo desafiada. Com isso, a pintura de parede é destacada como um campo em que essa colaboração era especialmente evidente. Portanto, Walter Gropius promoveu uma pintura de parede, com a sugestão de não ser apenas uma forma de arte autônoma, mas também um elemento integrado na arquitetura e na forma dos edifícios. Assim, a cor desempenhou um papel fundamental na relação entre pintores e arquitetos. No entanto, a cor poderia se fundir com a forma, acompanhá-la ou entrar em conflito com ela. Isto posto, levanta questões sobre como a cor poderia afetar a percepção da forma e da arquitetura como um todo.
Figura 2: Fachadas com tons primários, utilizando-se vermelho e tons neutros como o branco. Conjunto residencial em Alvalade – Lisboa.

Fonte: Autor, 2023.
Nesse sentido, alguns pintores como Oskar Schlemmer e Alfred Arndt, imaginaram pinturas dinâmicas e coloridas que poderiam transformar a arquitetura. No entanto, isso também poderia desafiar a solidez e a materialidade da arquitetura, criando um ponto de conflito entre os envolvidos. Dessa maneira, à medida que a década de 1920 avançava, Walter Gropius começou a restringir as cores e a adotar abordagens mais sutis em relação à pintura de parede. Portanto, a restrição das cores das paredes, pode ter sido uma resposta à preocupação de que os efeitos visuais muito ousados que poderiam desviar a atenção da funcionalidade da arquitetura. Isto é, a pintura de parede na Bauhaus foi uma área de experimentação e colaboração significativa, onde questões complexas sobre a relação entre cor e forma na arquitetura foram exploradas e, na última análise, influenciaram a abordagem de arquitetos e artistas em relação à integração das artes visuais na vida cotidiana e no ambiente construído.
2. A INFLUÊNCIA DOS PRINCÍPIOS DO MOVIMENTO BAUHAUS NA ARQUITETURA MODERNA
AELA (2022), destaca a importância da Bauhaus na divulgação de conceitos fundamentais, como o funcionalismo e a integração das artes na vida cotidiana. Dessa forma, a influência da Bauhaus transcendeu a esfera da arquitetura e do design e teve um impacto duradouro na maneira como pensar sobre a função e estética dos produtos e obras em nosso ambiente. Do mesmo modo, a Bauhaus defendeu a ideia de que a forma e a função deveriam estar intrinsecamente ligadas. Isso significa que, antes de considerar a estética de um objeto, construção ou produto, é fundamental entender e priorizar sua função e utilidade.
O que se nos coloca é o problema da cor na arquitetura, a sua função dinâmica ou estática, decorativa ou destrutiva. Uma nova orientação é possível para a pintura mural do futuro. Uma parede nua é uma superfície morta. Uma parte colorida torna-se uma superfície viva. (LÉGER, 1989, p. 108 APUD MONTICELLI, 2023 P.28).
Além disso, a Bauhaus também promoveu a integração das artes na vida cotidiana. Ainda de acordo com AELA (2022), isso significa que não apenas os aspectos funcionais, mas também os aspectos estéticos e artísticos eram considerados importantes na criação de objetos e ambientes. Essa abordagem holística à criação contribui para uma visão mais completa e rica do design e da arquitetura. A relação das cores com a forma e a funcionalidade desempenha um papel fundamental na arquitetura e em muitos outros campos criativos. Portanto, a maneira como as cores são escolhidas e aplicadas, podem ter um impacto significativo na forma como percebemos e interagimos com os espaços. Por exemplo, em um edifício, a funcionalidade do espaço pode ser influenciada através das cores diferentes nas paredes ou no chão, podendo indicar caminhos, áreas de segurança ou locais de interesse. Inclusive, harmonização com o entorno.
Figura 3: Harmonização das cores da fachada como entorno do edif. Residencial em Alvalade – Lisboa.

Uma cor pode ser usada para transformar a percepção de objetos e espaços. Segundo, Léger (1989, p. 98 apud Monticelli 2023), a aplicação de cores pode fazer uma parede parecer avançar ou recuar, criando uma ilusão de profundidade e movimento. Portanto, a cor pode complementar outros elementos, como formas, linhas e texturas, para criar uma experiência visual completa. Isto é, a cor não é apenas uma escolha estética, mas uma ferramenta poderosa que pode ser usada de forma criativa e expressiva para alcançar uma ampla variedade de efeitos visuais e emocionais.
Figura 4: Utilização de cores para criar percepção de saliência e reentrância, movimento e ritmo. edif. Residencial em Alvalade – Lisboa.

Fonte: Autor, 2023.
A modernidade para Monticelli (2023), reconheceu a cor como algo que não era mais uma mera adição decorativa, mas uma parte essencial da própria arquitetura. Isso significa, que a cor foi considerada como parte do projeto desenvolvido desde o início, em vez de ser aplicado posteriormente. Dessa forma, os pintores não foram mais vistos apenas como decoradores, mas como profissionais que desempenharam um papel vital na expressão da arquitetura. Desse jeito, sua função era dar vida às paredes e espaços especiais por meio da aplicação da cor. Além disso, os pintores tinham o poder de influenciar a maneira como as pessoas interagiam com os ambientes construídos. Uma vez que, durante a modernidade, a compreensão da cor na arquitetura evoluiu de uma abordagem puramente estética para uma visão mais profunda e funcional. Portanto, os pintores desempenharam um papel crucial na materialização dessa visão, usando a cor para dar vida e significado às paredes e superfícies arquitetônicas, enriquecendo assim a experiência humana nos espaços construídos.
Figura 5: Uso das cores para estimular a percepção dá forma, volume, ritmo e textura. Edif. Residencial em Alvalade – Lisboa.

Fonte: Autor, 2023.
3. EXPERIÊNCIAS CROMÁTICAS DA ARQUITETURA MODERNISTA
De acordo com a pesquisadora sueca de cores Karin (2000 p.41 apud Pyykko, 2023), o principais fatores que influenciam a percepção da cor na arquitetura, incluem a qualidade da luz, distância de visão, ângulo de observação, ambiente, observador, tamanho, forma, brilho e textura da superfície. Logo, a percepção da cor na arquitetura é influenciada por uma interação complexa de fatores, que vão desde a qualidade da luz até a textura das superfícies, entre outros parâmetros. Dessa forma, a compreensão desses fatores é essencial para arquitetos, designers e profissionais que desejam criar ambientes que transmitam de forma eficaz com o objetivo cromático desejado, e proporcionem experiências cromáticas significativas aos observadores.
A atmosfera é a percepção abrangente, impressão sensorial e emotiva de um espaço, ambiente ou situação social. Ele fornece a unificação de coerência e caráter para uma sala, espaço, lugar e paisagem, ou um ambiente social de encontro. É o “denominador comum”, “a coloração” ou “a sensação” da situação experiencial (PYYKKO 2023, APUD P.20, 2023).
Dessa forma, para Mahnke (1996), os nossos sentidos são os responsáveis pelas impressões sensoriais que permite a apropriação do ambiente por meio da percepção, experiência e avaliação das sensações. Uma vez que, as cores são elementos fundamentais para a nossa percepção visual e entendimento do ambiente. Isto é, basta abrir os olhos para perceber que estamos envolvidos em diversas formas visuais e de cores conectadas e influenciada diretamente com a luz natural ou artificial. Assim, os efeitos da percepção sensorial dos ambientes, produzem sensações de sentimentos que influenciam no comportamento psicológico e fisiológico do ser humano (MICHAEL LANCASTER, 1996). Do mesmo modo, segundo Jaglarz (2023), as cores intensas eram usadas para criar ambientes amigáveis e naturais. Elas podem evocar sensações de calor, vitalidade e alegria, tornando os espaços mais acolhedores e convidativos.
Conforme definido por Lancaster (1997 apud Pyykko, 2023), destaca a importância da integração das cores da arquitetura com seu entorno no planejamento urbano. Isso implica que a experiência das cores em um ambiente urbano é influenciada por diversos fatores, indo além das cores das fachadas dos edifícios. Nesse sentido, a experiência das cores em um ambiente urbano é uma experiência sensorial rica e dinâmica. Isto é, a experiência das cores pode ser influenciada pela qualidade da luz natural presente no local, pelas cores do céu e pelas mudanças nas cores que ocorrem durante as diferentes estações do ano.
De acordo com Balieiro (2015), a policromia, ou o uso de múltiplas cores, desempenhou um papel fundamental na visão arquitetônica de Le Corbusier. Ele acreditava que a cor tinha o poder de provocar sentimentos e influenciar a experiência das pessoas em espaços coletivos. Desse modo, a policromia não era apenas uma questão estética, mas desempenhava um papel fundamental na definição de espaços, na criação de atmosferas, na comunicação de função e na organização de edifícios. Suas escolhas de cores tiveram o propósito de provocar respostas emocionais e melhorar a experiência dos ocupantes nos espaços coletivos que ele projetava.
O modernismo trouxe uma mudança significativa na forma como os sentidos eram incorporados à arquitetura. Isso envolve, segundo Monticelli (2023), a entrada da luz natural, a supervisão da paisagem circundante e a inserção de cores e obras de arte, como murais, nos espaços abertos.
Conforme Lu (2011), o termo “moderno” tem raízes antigas na distinção entre o presente cristão e o passado pacífico, mas o “modernismo” como movimento cultural específico surgiu apenas no final do século XIX, trazendo mudanças significativas nas expressões artísticas e culturais que moldaram o que consideramos como “moderno” nas artes e na sociedade.
Segundo Monticelli (2023), até o século XIX, as fachadas das construções eram predominantemente decoradas com ornamentos e esculturas em alto e baixo relevo, feitas dos mesmos materiais de construção, como pedras e argamassa. No entanto, na modernidade, houve uma mudança significativa, e os murais passaram a ser incorporados às áreas externas das construções. Essa mudança iria aproximar o usuário da obra de arte e criar uma relação mais direta entre a arquitetura e a expressão artística.
O Movimento Bauhaus influenciou de várias maneiras, significativamente na definição das cores das fachadas dos edifícios durante o período do movimento Moderno. A Bauhaus enfatizou a simplicidade e a funcionalidade como princípios-chave do design. Esses princípios se refletiram na escolha de cores para fachadas, com uma preferência por paletas de cores simples e limpas. Cores primárias (vermelho, amarelo, azul) e tons neutros (preto, branco, cinza) eram frequentemente usadas, criando uma estética moderna e direta. Embora a paleta de cores fosse simplificada, a Bauhaus também promoveu o uso ousado do contraste. Blocos de cores sólidas e contrastantes eram frequentemente usados em fachadas para criar uma estética marcante e equilibrada. Isso contribuiu para a harmonia visual, mesmo com uma gama limitada de cores.
A Bauhaus valorizava a integração dos edifícios com seu ambiente circundante, as cores foram escolhidas para complementar ou contrastar de maneira eficaz com o cenário, criando uma conexão visual entre a arquitetura e o ambiente. Portanto, a influência da Bauhaus vai além da estética, enfatizou a importância de pensar na função, na usabilidade e nas necessidades das pessoas como base para o desenvolvimento de produtos e obras que fazem parte do nosso cotidiano. Esses princípios ainda ecoam na maneira como abordamos o design e a arquitetura hoje em dia.
Dessa maneira, o movimento Bauhaus influenciou profundamente a definição das cores das fachadas dos edifícios, promovendo uma estética moderna, funcional e distintiva que continua a ser relevante na arquitetura até os dias de hoje. Suas contribuições para a paleta de cores e o uso criativo das cores nas fachadas foram cruciais para a evolução da arquitetura moderna.
a relação das cores com a forma e a funcionalidade é intrínseca ao design e à arquitetura. As cores não são apenas elementos decorativos, mas também ferramentas poderosas para melhorar a usabilidade, a experiência do usuário e a eficácia de objetos, espaços e produtos. Portanto, considerar cuidadosamente as cores em relação à forma e à funcionalidade é essencial para criar designs eficazes e específicos.
Para Pyykko (2023), segundo o conceito de paisagem colorida, realça a importância de uma abordagem holística na seleção das cores em projetos de planejamento urbano. Isso envolve uma atenção as cores da arquitetura, da natureza, da luz, do céu e das mudanças de cor ao longo do tempo, criando uma experiência visual rica e dinâmica para aqueles que vivem e transitam na cidade.
Do mesmo modo, de acordo com Monticelli (2023), o uso de murais na arquitetura moderna representou uma transição significativa na forma como a arte e a arquitetura se relacionavam. Os murais não apenas enriqueceram a experiência sensorial nos espaços inovadores, mas também serviram como uma ferramenta para tornar a arte mais acessível ao público em geral e promover a interação entre a obra de arte e os espectadores.
Portanto, a influência da Bauhaus vai além da estética; ela enfatiza a importância de pensar na função, na usabilidade e nas necessidades das pessoas como base para o desenvolvimento de produtos e obras que fazem parte do nosso cotidiano. Esses princípios ainda ecoam na maneira como abordamos o design e a arquitetura hoje em dia.
Referências Bibliográficas
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1Arquiteto e Urbanista. Faculdade de Ciências Humanas – ESUDA. Especialista em Acústica Arquitetônica e Iluminação. Faculdade de Ciências Humanas – ESUDA. Doutorando – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Universidade de Lisboa / Portugal.